O prefeito de Aracaju, João Alves Filho, posicionou-se na manhã desta
quarta-feira, 19, sobre as ações civis públicas movidas pelo Ministério
Público Federal em Sergipe (MPF/SE), contra o Município de Aracaju, a
Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), a Administração
estadual (Adema), e União. As ações ajuizadas pelo MPF visam medidas
drásticas contra 65 bares localizados entre a orla de Atalaia e a
Rodovia José Sarney, promovendo inclusive a derrubada dos mesmos. Para o
prefeito, a resolução dessas ações exige diálogo e serenidade, para que
isso não prejudique a economia com os milhares de desempregos a curto
e longo prazo, e em vários setores ligados ao turismo.
"Eu
fiquei extremamente chocado. Tinha acabado de chegar de Recife, a
serviço da Prefeitura Municipal de Aracaju, juntamente com o procurador
Carlos Pinna Junior, e fui logo surpreendido com esta notícia.
Surpreendido e extremamente preocupado porque eu valorizo muito o meio
ambiente. Inclusive, exatamente por este apego que eu tenho com o meio
ambiente, o presidente Sarney me chamou para incorporar o Ministério do
Meio Ambiente, ao Ministério do Interior, quando nós estávamos na
função. Eu entendo que o meio ambiente não é contra o desenvolvimento,
que é ordenado. Eu creio que há uma margem de diálogo muito grande,
entre a própria Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), que é
dirigida por um dos maiores especialistas em meio ambiente, reconhecido
nacionalmente, o secretário Eduardo Matos. Também o convoquei, junto com
o procurador do município, Pinna Junior e a presidente da Empresa
Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Socorro Cacho, para uma
reunião", afirma João Alves.
João Alves ainda lembrou que,
quando assumiu a gestão, os bares localizados na Aruana funcionavam sem
infra-estrutura, alguns utilizavam banheiros químicos por não possuírem
W.C., e que esta medida não era nada ecológica. "Esta preocupação que
nós temos com o meio ambiente foi comprovada ali mesmo na Rodovia José
Sarney. Quando nós assumimos, aqueles bares utilizavam banheiros
químicos, que eram prejudiciais ao meio ambiente. Nós demos uma solução
em consonância com a Secretaria do Meio Ambiente. Uma solução que não
afetava coisa alguma. A agressão ao meio ambiente, no caso gerando
poluição da nossa praia foi resolvida na base do diálogo, do
entendimento e do conhecimento. Essa medida do MPF, como ela foi
anunciada, vai gerar milhares de desempregos já de saída, não só
diretamente, mas também indiretamente, porque a grande maioria dos bares
que foram mencionados são ícones do turismo de Aracaju", ressalta o
prefeito.
O prefeito também destacou que, caso os
estabelecimentos deixarem de funcionar, criaria uma reação em cadeia de
desempregos no segmento turístico da capital. "Os turistas que vêm a
Aracaju vão diretamente para os bares que estão na praia e essa atração
vai desaparecer se as coisas forem feitas dessa maneira. Eles vão
prejudicar uma das atividades que mais geram emprego. Porque na hora que
o turista souber de algo desse gênero, ele vai deixar de vir aqui em
Aracaju. Isso irá repercutir também na nossa rede hoteleira. Nós já
fomos vítimas, recentemente, de um golpe terrível contra a atividade
turística em Aracaju. A decisão de interromper o Pré-Caju. Nós ficamos
solidários aos empresários, que são os responsáveis pelo projeto, porque
ele deixou de ser um projeto de interesse particular para ser um
projeto de interesse social nosso, veja só o caso dos vendedores
ambulantes: durante o Pré-caju são empregados cerca de 20.000 vendedores
ambulantes. Todo esse pessoal ficou desempregado. A nossa posição não é
nenhuma atitude desrespeitosa com o meio ambiente, muito menos com o
Ministério Público. Sabemos que o Ministério Público tem uma função
importantíssima. Várias reuniões já aconteceram entre o Ministério
Público, a Advocacia Geral da União e a nossa Secretaria de Meio
Ambiente. Tudo estava sendo decidido com muita serenidade, por isso
fiquei surpreendido". Diz João Alves.
João Alves acredita que
com as reuniões tudo se resolva de forma que não haja ônus aos
proprietários dos bares listados pelo MPF. "Já estou tomando as devidas
providências, convoquei hoje os nossos secretários que já foram
comunicados, o secretário de meio ambiente, Eduardo Matos, o nosso
procurador, Pina Junior e Socorro Cacho, a presidente da Emurb e, dentro
de poucas horas, estaremos nos reunindo. Mais do que isso, eu já
solicitei contato com o Ministério Público para podermos chegar a um
entendimento que não produza tantos malefícios e tanto desemprego.
Muitos pais de famílias que vão ficar sem trabalhar e como nós vamos
fazer com milhares de pessoas que da noite pro dia vão ficar sem
emprego? Então vamos discutir, vamos debater, porque é como o secretário
Eduardo Matos costuma dizer, "O meio ambiente a gente tem que conciliar
através da adequação". Que se faça uma adequação correta, sem precisar
demolição, como está acontecendo agora, e sem destruir um dos fatores
mais importantes do turismo para Aracaju e Sergipe porque isso vai
repercutir na rede hoteleira, que vai sofrer um baque enorme e que, por
sua vez, vai gerar desempregos também neste setor . Essa é uma medida de
consequências muito danosas para Aracaju, para a geração de emprego, do
turismo em si, e de milhares de pais de família que vão ficar sem ter o
seu sustento. Tenho confiança, porque eu entendo que, no Ministério
Público Federal, as pessoas também são sensíveis a essas questões. Nós
vamos solicitar esse entendimento. Eu tenho muitas esperanças que vamos
chegar a um bom termo, mas de pronto eu quero me solidarizar com os
donos de bares, pedir também uma serenidade neste momento em que nós
estamos iniciando um diálogo por conta desses fatos extremamente
preocupantes para todos os aracajuanos", conclui.
Fonte: Ascom PMA
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